O Sacrifício sou Eu


Gênesis 22.1-14

    Existem coisas na nossa vida das quais nos apossamos e isso reflete a nossa sensação de que possuímos algo, que somos donos ou que algumas coisas e até pessoas nos pertencem! 
    Seja porque nós as amamos muito, ou porque foi difícil conquistá-las, etc. O fato é que existe uma lição que Deus deseja nos ensinar e essa lição é muito difícil, mas também muito importante e necessária.

    É a lição do desapego, a lição da suficiência de Deus.

    Abraão orou por cerca de 40 anos até que Deus lhe concedeu a bênção de ter um filho, e aquele filho era talvez o que de mais precioso Abraão possuía, e aqui começa o problema, porque o amor de Abraão por aquele menino era tão grande, que talvez seu coração já começasse a ser povoado por um sentimento de posse e, ao mesmo tempo, de dependência.

    É assim que nos sentimos em relação a algumas coisas e algumas pessoas na nossa vida. Nós as amamos tanto que a nossa sensação é de que elas nos pertencem, que a nossa vida, a nossa felicidade, depende de continuarmos tendo, possuindo essas coisas e/ou pessoas, tê-las conosco é a nossa garantia de felicidade e satisfação.

    Mas obviamente esse sentimento está errado, não no sentido de que essas coisas e/ou pessoas não sejam de fato valiosas e precisas, elas são valiosas e preciosas, o problema não está nelas, mas em nós.

    Isaque era fruto da promessa e do milagre de Deus na vida de Abraão, isso tinha um valor indiscutível tanto para Abraão quanto para o próprio Deus, não era esse o problema.

    O problema reside no fato de que às vezes nós nos apossamos dessas coisas de tal forma, as amamos tanto, que Deus, que é aquele que nos concede essas coisas, fica em segundo lugar.

    Começamos a nutrir por elas um amor que supera nosso amor por Deus, começamos a cuidar delas mais do que cuidamos da nossa vida com Deus.
Sentimos orgulho delas mais do que deveríamos e não abrimos mão delas por nada.

    Esse é literalmente o sentimento daquele que começa a idolatrar algo ou alguém, e Deus claramente não está de acordo com esse tipo de sentimento.

    Quando Deus pede que Abraão entregue seu filho, não está de fato querendo tirar de Abraão o seu filho, está, sim, provando, medindo e mostrando a Abraão e a nós, que Ele deve sempre estar em primeiro lugar, que precisamos aprender a amá-lo com todas as nossas forças e saber que a ele pertencem todas as coisas.

    Quando Deus prova alguém, ele não está querendo saber se aquela pessoa é fiel ou não, ele já sabe. Oque ele pretende é ensinar, mostrar para essa pessoa o que às vezes ela mesma ainda não percebeu.

    Desse modo aprendemos que o sacrifício, na verdade, não era Isaque, o sacrifício é o próprio Abraão, era ele quem tinha de abrir mão daquilo que amava, era ele quem tinha de mostrar que a vontade de Deus estava acima de suas satisfações pessoais.

    Oque aprendemos com o exemplo de Abraão é que o sacrifício sempre somos nós, não há problema com as coisas que amamos ou com as pessoas que amamos, elas são uma benção de Deus nas nossas vidas, mas precisamos nos lembrar que ele é maior do que elas, que elas pertencem a ele.

    Que possamos aprender essa lição e aprendermos a louvar a Deus quando ele nos pedir algo de volta. Que nosso coração, assim como o de Abraão, esteja de fato disposto a amar e a adorar a Deus, mesmo que para isso, tenhamos que abrir mão daquilo que não nos é confortável abrir mão.

Que Deus assim nos abençoe! 

Pr Wellington L Silva

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